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Como escolher o(a) terapeuta

  • Foto do escritor: Matheus Araujo Fonseca
    Matheus Araujo Fonseca
  • 29 de jan.
  • 6 min de leitura

Este post é uma tradução adaptada do texto: https://www.theguardian.com/wellness/2025/jan/23/how-to-start-therapy


Em resumo, a resposta é simples: pense no tipo de terapeuta com que gostaria de trabalhar e continue a procurar até encontrar a pessoa certa. Mas falar é mais fácil do que fazer, não é mesmo?


Muitas pessoas se sentem mal por diversos motivos. No Brasil, essa preocupação é tanta que 75% dos brasileiros afirmam se preocupar com a saúde mental, sendo uma preocupação mais recorrente em pessoas de menos de 35 anos, segundo o relatório de 2024 World Mental Health Day da Ipsos. Um em cada cinco adultos americanos apresentava sintomas de ansiedade e depressão em 2023, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). No Reino Unido, 40,5% das pessoas com ansiedade registaram níveis “médios” ou “elevados” em 2022 e 16% dos adultos registaram sintomas depressivos moderados a graves.


Para muitos, a psicoterapia é uma forma eficaz de abordar uma série de preocupações - desde doenças mentais diagnosticadas a um sentimento geral de insatisfação ou inércia.


“As pessoas tendem a procurar terapia quando se sentem bloqueadas em alguma área da sua vida, que as impede de viver uma vida plena e com significado”, afirma a Dra. Elisabeth Morray, vice-presidente de operações clínicas do diretório de saúde mental baseado em membros e da plataforma de faturação de seguros Alma.


Mas começar uma terapia também pode ser assustador. Como que se paga? Como encontrar o terapeuta certo? O que se pode esperar do tratamento? Aqui vão algumas dicas para te ajudar.


Pense no tipo de terapeuta com que gostaria de trabalhar

Começar uma terapia pode ser difícil. “Você está numa situação em que vai partilhar pormenores muito vulneráveis e íntimos sobre si mesmo(a) com alguém que, pelo menos no começo, é um completo estranho”, diz Morray.


Portanto, pense nas qualidades que gostaria que o(a) terapeuta tivesse para se sentir mais confortável. Gostaria que fosse de um determinado gênero ou idade, ou que tivesse uma origem cultural semelhante à sua? É importante para você ver alguém pessoalmente, ou ficaria confortável com atendimento remoto? O profissional tem experiência na área que pretende abordar, como relacionamentos, sono, estresse ou imagem corporal? Estas perguntas podem ajudar a restringir a sua pesquisa.


O mesmo vale para as famosas "abordagens" da psicologia. Cada psicoterapeuta terá uma teoria ou filosofia como guia para interpretar e conduzir as sessões, e você pode se sentir mais à vontade com uma abordagem do que outra. Embora não seja necessário aprender a fundo cada uma das diferentes abordagens (afinal, são muitas), é importante conhecer a diferença básica entre elas para apoiar na escolha. Ainda assim, permita-se vivenciar uma sessão com cada abordagem para ver como você se sente.


Como encontrar terapeutas

Existem várias formas de encontrar terapeutas na sua área.


“Não faz mal procurar no Google!” diz a Dra. Marnie Shanbhag, diretora sênior do gabinete de prática independente da American Psychological Association. Ela sugere que procure algo como “psicoterapeuta perto de mim” - psicoterapeuta é um termo mais específico do que apenas “terapeuta”, que também pode abranger, por exemplo, fisioterapeutas, explica. Muitos terapeutas têm sites ou biografias em que descrevem a sua experiência e abordagem da terapia. Verifique se algum deles corresponde aos critérios de identidade e experiência que definiu anteriormente.


Se não encontrar muitos terapeutas na sua região, procure terapeutas licenciados no seu estado e que ofereçam serviços de tele-saúde. É uma boa estratégia para alguém que está nas zonas rurais ou mais afastadas de grandes centros, que tendem a ter maior concentração de psicoterapeutas para atendimento presencial.


Caso você se senta à vontade para dizer a outras pessoas que está à procura de um terapeuta, utilize a sua rede social. Perguntar a amigos de confiança se conhecem bons terapeutas é “uma oportunidade de conseguir alguém que tenha sido avaliado”, diz Lundquist.


Mesmo que não queira se consultar com o terapeuta de um amigo, diz Lundquist, ele poderá recomendar outro terapeuta “que trabalhe de forma semelhante a ele ou que possa ser uma boa opção”.


Considere o custo

Um dos maiores obstáculos que a maioria das pessoas enfrenta quando se trata de terapia é o custo. No Brasil, existe um valor de referência definido pelo Conselho Federal de Psicologia. Contudo, devido à realidade do nosso país, o valor médio praticado é menor do que o definido, variando pela demanda, pelas condições financeiras e também pela região. Dado que muitos terapeutas recomendam consultas presenciais, é importante considerar também o custo com transporte.


Pagamento através do plano de saúde

“O primeiro desafio para a maioria das pessoas é encontrar um terapeuta que esteja na rede e aceite o seu plano”, diz Morray. Isto pode ser complicado, uma vez que a navegação nos planos pode ser uma dor de cabeça tanto para os pacientes como para os prestadores de serviços.


“Há muitos terapeutas, especialmente em cidades maiores, que simplesmente não aceitam plano de saúde”, diz Lundquist. A cobertura dos planos de saúde mental pode ser complicada e proibitiva, explica. Muitas empresas “querem estabelecer limites para o número de sessões e os terapeutas acabam por precisar ir atrás deles para serem reembolsados”, diz.


Uma forma de encontrar terapeutas dentro da rede é pedir à sua companhia de seguros uma lista de fornecedores na sua área.


Se quiser consultar um terapeuta fora da rede, alguns planos permitem apresentar pedidos de reembolso depois de já ter pago uma sessão. Mas confirme primeiro se esta possibilidade está disponível no seu plano.


Pagamento particular

Algumas pessoas podem ter a possibilidade de pagar um terapeuta do seu próprio bolso e, nesse caso, têm simplesmente de escolher quem lhes parece mais adequado, conforme as dicas anteriores.


Já para aqueles que não têm plano de saúde, ou que não querem usar o seu plano por razões de privacidade e não podem pagar os honorários regulares de terapeutas privados, ainda existem opções.


“Um ótimo lugar para procurar são as universidades locais”, diz Shanbhag.


Muitas universidades que oferecem programas de pós-graduação em psicologia oferecem sessões com estudantes por uma taxa reduzida ou mesmo gratuita. “Eles são muito experientes na sua formação e estão sendo supervisionados a cada passo do caminho”, diz Shanbhag. “Pode ser uma ótima forma de obter cuidados acessíveis.”


Os especialistas também sugerem que entre em contato com sistemas hospitalares locais, clínicas de saúde comunitárias ou agências de saúde mental que possam oferecer cuidados de saúde mental de baixo custo ou gratuito, ou mesmo que o possam encaminhar para prestadores que o façam. Uma boa referência no Brasil é o Mapa da Saúde Mental, no qual você pode procurar e entrar em contato direto com diversos serviços disponíveis, tanto no formato presencial quanto remoto.


E se encontrar um(a) terapeuta com quem está muito interessado em trabalhar, mas não pode pagar os seus honorários, Morray sugere que converse sobre o assunto. “Explique as questões financeiras que tem e veja se ele(a) está disposto a trabalhar com uma escala móvel ou mesmo com serviços pro bono”, diz ela. “A maioria das pessoas não se lembraria de perguntar.”


Marcar uma consulta

Depois de identificar os terapeutas que parecem ser uma boa opção, entre em contato e pergunte se estão disponíveis para uma consulta. Alguns terapeutas oferecem consultas gratuitas de 15 minutos ou até sessões completas, geralmente de 50 minutos. Se possível, os especialistas recomendam fazer uma sessão completa para que possa ver como a pessoa trabalha.


Durante a consulta, preste atenção a como se sente, diz Shanbhag. Ela sugere que se pergunte: “Está prestando atenção em mim? Parece interessado(a) em quem eu sou como pessoa? Está me fazendo perguntas relevantes?”


Pode ser necessário mais de uma sessão para decidir se um(a) terapeuta é uma boa opção. “Em duas ou três sessões, é possível ter uma boa noção se se trata de alguém que te faz sentir ouvido, que te faz sentir visto e que lhe oferece uma sensação de presença e atenção.”


Encontrar a pessoa certa

Ao procurar um terapeuta, Lundquist diz que é importante “ser exigente”.


“Esta é uma relação muito importante”, diz ele. “É importante que seja correta.”


Não se sinta mal por dizer que tal terapeuta não é uma boa opção para você. “Muitas vezes, os clientes têm medo de ferir os nossos sentimentos e não falam sobre isso”, diz Shanbhag. Se um(a) terapeuta levar a coisa para o lado pessoal, provavelmente não é uma boa opção.


Se experimentar terapeutas que não parecem adequados para você, não desista. “Pode demorar algum tempo até encontrar o terapeuta ideal, e isso faz parte do processo”, diz Shanbhag. “Isso não significa que você esteja fazendo algo errado.”


Morray diz que encontrar um(a) terapeuta é um pouco como namorar: “Encontrar a pessoa que queremos que esteja ao nosso lado é importante, e provavelmente não vamos acabar numa relação a longo prazo com a primeira pessoa com quem saímos.”



Espero que estas dicas tenham te ajudado! Lembre-se que estou aqui para te apoiar nesse entendimento e nessa reflexão.

É só me enviar uma mensagem no telefone que está logo abaixo :)

 
 

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